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No dia mundial de combate à Aids, o infovital lista 40 fatos que você precisa saber sobre a doença e que aconteceram durante as últimas quatro décadas, desde a descoberta do vírus HIV
Todo dia 1º de dezembro é lembrado o Dia Mundial de Combate à Aids, a síndrome da imonudeficiência adquirida, causada pelo vírus HIV. No ano de 1981, após surgirem os primeiros casos de uma doença infecciosa e desconhecida nos Estados Unidos, a Aids ganhou nome e status de epidemia. Mas ao longo desses quarenta anos, a ciência avançou na descoberta e conseguiu tirar o estigma de “sentença de morte” da doença.
Pensando nisso, listamos 40 fatos descobertos nessas quatro décadas que você precisa saber:
1 – Ninguém morre de Aids. Ela é uma doença que enfraquece o sistema imunológico e, por isso, o deixa mais suscetível a doenças que poderiam ser combatidas com facilidade como uma gripe ou pneumonia.
2 – HIV e Aids são coisas diferentes. O HIV é o vírus. A Aids é a doença causada pelo vírus. Nem todo mundo que tem HIV desenvolve a doença. Com o tratamento começado logo, é possível neutralizar o poder do vírus no organismo.
3 – Vacina contra a Aids não existe ainda. Mas quase. Hoje já existem os chamados PreP e PeP — medicamentos que são administrados antes ou depois de uma possível exposição ao vírus e que são capazes de combatê-lo. Ambos são dados na rede pública de saúde. O PreP virou uma ferramenta na busca pelo sexo seguro.
4 – Nada é melhor contra o HIV do que a camisinha. Mesmo depois de tanto tempo, ainda é o método mais eficaz e ainda previne contra outras ISTs.
5 – Foi em decorrência do HIV que perdemos nomes como o cantor Cazuza e o ator Lauro Corona, dois dos maiores artistas dos anos 1980 no Brasil.
6 – Também em decorrência da doença morreu o vocalista da banda Queen, Freddy Mercury. Sua morte completou 30 anos em 2021.
7 – O primeiro caso conhecido no Brasil foi em São Paulo em 1980
8 – A transmissão do HIV de mãe para bebê — no caso de uma mãe infectada com o vírus —já pode ser combatida por meio de drogas como os coquetéis antirretrovirais. Com isso, bebês filhos de pais com HIV podem nascer livres do vírus.
9 – Uma pesquisa publicada pela revista Science em 2014 mostrou que a Aids era uma doença que infectava primatas como os chimpanzés e que, em algum momento, passou aos seres humanos.
10 – No início dos anos 1980, a Aids chegou a ser chamada de “peste gay”, por estar se manifestando mais em homens que faziam sexo com outros homens. Hoje, já se sabe que não existem os chamados “perfis de risco” e sim “comportamento de risco” e qualquer pessoa que faça sexo sem proteção (hetero ou homossexual) está suscetível a contrair o vírus. No Brasil, 31% das pessoas que convivem com a doença atualmente são heterossexuais.
11 – Apesar das descobertas, cerca de 690 mil pessoas morrem todos os anos pelo mundo em decorrência da Aids.
12 – A África é o continente com maior número de infectados pela Aids. Dois terços dos infectados do mundo estão lá.
13 – O SUS distribui gratuitamente os medicamentos antirretrovirais para o tratamento da doença, bem como as camisinhas para a prevenção.
14 – Por volta de 2008, foi noticiado o primeiro caso de uma pessoa curada do HIV. O homem que ficou conhecido como “paciente de Berlim” teve a vitória depois de um transplante. Timothy Ray morreu em 2020 vítima de uma leucemia — que nada tinha a ver com o HIV, claro.
15 – A Anvisa aprovou nesta semana o uso do dovato, um novo medicamento contra o HIV. A droga combina dois remédios numa só e representa um avanço no tratamento.
16 – É possível ter HIV e não transmitir. Com o tratamento, estudos apontam que em seis meses os níveis de vírus no corpo ficam muito baixos, tornando o portador “indetectável”, ou seja, já não transmite mais a doença. O que não é uma liberdade para o sexo desprotegido, claro.
17 – No auge da epidemia dos anos 1980, a Princesa Diana foi visitar pacientes que viviam com a doença e ajudou a quebrar os preconceitos contra os portadores de Aids. Na época, acreditava-se que até um aperto de mãos poderia transmitir a doença.
18 – Em 1997, surgiu a primeira personagem HIV positivo das novelas da Globo. Foi na no horário das sete, em Zazá. A personagem foi vivida pela atriz Adriana Londoño na trama de Lauro César Muniz. Antes, em 1987, a autora Gloria Perez já havia escrito uma personagem com a doença, Rosimar, da novela Carmem, da Rede Manchete. Na ocasião, a personagem contraiu o vírus numa transfusão de sangue. A abordagem mais recente da doença aconteceu na novela Os dias eram assim (2017) que, coincidentemente, era ambientada nos anos 1980.
19 – E sim, embora raro, é possível contrair o vírus HIV numa transfusão de sangue.
20 – Embora mais baixo do que no sexo com penetração, existe sim o risco de contrair o vírus HIV no sexo oral.
21 – Em 2003, o programa brasileiro de combate à Aids recebeu um bilhão de dólares da Fundação Bill e Melinda Gates em reconhecimento pelo trabalho desenvolvido.
22 – Em 1999, o indicador de mortalidade de pessoas que viviam com HIV caiu 50% com o avanço dos tratamentos e das descobertas científicas.
23 – O Brasil produz o AZT, um dos principais medicamentos contra a Aids, desde 1993. Mas ele já estava disponível na rede pública de saúde desde 1991.
24 – Em 2015, um dos mais populares atores das comédias americanas, Charlie Sheen, assumiu que era portador do vírus. Ele contou que foi diagnosticado em 2011 e que contraiu o vírus “após apenas duas noites de sexo desprotegido”.
25 – Embora nos países desenvolvidos, o combate e o tratamento tenham avançado, isso não é comum no mundo todo. De acordo com a Unaids (agência da ONU de combate à Aids), a doença ainda é a principal causa da morte de mulheres em idade reprodutiva (entre 15 e 49 anos) no mundo.
26 – Ainda sobre a desigualdade, 15 milhões de pessoas soropositivas no mundo ainda não têm acesso aos medicamentos necessários para o tratamento.
27 – Um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles, a UCLA, apontou que a suplementação de vitamina D3 em adolescentes e jovens adultos com HIV pode promover a melhoria da imunidade.
28 – A Aids esteve no centro de uma notícia mentirosa divulgada durante a pandemia de coronavírus. E, ao contrário do que foi dito, obviamente, a vacina contra a Covid-19 não causa Aids.
29 – O HIV não é transmitido por beijos, abraços ou compartilhamento de objetos. O vírus está presente no sangue e em secreções como esperma e secreção vaginal.
30 – A Aids não é a única IST a se preocupar. Outras doenças transmitidas por meio do sexo, como a sífilis, também devem ser alvo de prevenção e a melhor forma segue sendo o uso de preservativos.
31 – O vírus pode levar anos para manifestar os primeiros sintomas.
32 – Os primeiros sintomas do HIV são semelhantes aos de uma gripe e, por isso, podem passar despercebidos, mas podem envolver febre e mal-estar.
33 – É possível fazer a testagem para saber se uma pessoa está infectada no sistema público e, na unidade de saúde, já receber o apoio necessário para começar o tratamento.
34 – A vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Butantan, no Brasil, teve estudos publicados no Brasil e na China que provaram sua eficácia em aumentar a imunidade de pessoas portadoras do HIV diante do coronavírus.
35 – Neste ano, uma mulher argentina se tornou mais uma pessoa a estar curada do HIV. Seu caso, que estava em remissão há oito anos, se tornou público e vem sendo estudado no mundo todo.
36 – Um estudo recente feito no Brasil, pela USP, mostrou que é possível estimular o sistema imune de bebês contra o HIV.
37 – Em julho deste ano, pesquisadores de um estudo feito no Brasil afirmaram que nunca estivemos tão perto de uma vacina contra o HIV. Mas essa não é a única: há pelo menos mais um estudo avançado no mundo sobre a vacina contra o vírus.
38 – A lei prevê que uma pessoa com HIV só precisa contar sobre seu estado a quem quiser e que nenhuma de suas atividades profissionais ou pessoais deve ser cerceada por causa de sua condição.
39 – No mês de dezembro, prefeituras e estados costumam fazer campanhas e promover testagem em massa e gratuitas. Em 2021, vários deles já anunciaram que farão isso.
40 – Pessoas que convivem com o HIV seguem sendo pais, mães, filhos e, principalmente, cidadãos, que merecem respeito, apoio e o tratamento de saúde adequado.